segunda-feira, 6 de maio de 2013

Bruxas de verdade no Halloween

A cada 31 de outubro, britânicos (e outros anglófonos/anglófilos ao redor do mundo) participam de algum evento marcando o Halloween. Se a data há muito deixou de ter a conotação mística dada pelo paganismo nas ilhas, nem por isso ela deixou de envolver bruxas: no Reino Unido do século 21 ainda há adeptos sérios da feitiçaria e outras atividades pagãs, que contam até com uma organização nacional para coordenar atividades e garantir direitos de liberdade de expressão. E que em 2010 viu parte de seus esforços recompensados com o reconhecimento do druidismo como religião no país. Embora não estejam mais ameaçados de morte como em séculos passados, bruxos e bruxas ainda dizem enfrentar preconceito no que diz respeito as suas crenças. Muitos praticam suas atividades em segredo, por vezes mantendo-as em segredo até de parentes e amigos. E um dos principais problemas é justamente a imagem negativa construída ao longos dos anos ao redor da prática de feitiçaria. Sim, eles até fazem poções, mas não necessariamente são donos de gatos pretos e muito menos usam vassouras para voar — tudo é parte dos mitos criados pela perseguição religiosa de séculos anteriores. É bem simbólico, por sinal, que um dos bastiões da bruxaria moderna britânica seja Pendle, cidade do norte inglês que ficou célebre pelo julgamento de 1612, em que 11 pessoas responderam à acusações de bruxaria e dez delas receberam pena de morte por enforcamento. Se o que chama mais a atenção é o fato de a economia da cidade se beneficiar das ligações históricas (estima-se que o julgamento do século 17 injete anualmente mais de US$ 100 milhões na cidade), Pendle também abriga grupos dedicados à preservação dos ritos milenares. Mas é na Cornualha que está o único museu britânico de dedicado à bruxaria. O Museum of Witchcraft fica no vilarejo de Boscastle e se gaba de ter a maior coleção do mundo de objetos ligados à bruxaria, incluindo espelhos e bolas de cristal. Existe há 50 anos e é uma das atrações mais visitadas de todo o condado. No condado também estão grupos de praticantes que contam até com sites e editoras próprias. Interessados podem até aprender alguns feitiços online, inscrever-se em cursos ou mesmo participar de simpósios sobre o assunto. Reflexo de um número crescente de britânicos que se interessa pelo Paganismo — embora no censo de 2001 apenas 42 mil pessoas tenham se declarado pagãs, pesquisas acadêmicas estimam que o número de adeptos pode chegar a 250 mil. Muitos deles estarão de prontidão a cada 31, quando se celebra o Samhain, a festividade celta de celebração do fim das colheitas que deu origem ao Halloween. arquivosdoinsolito

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