segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A caça às bruxas

Como um milhão de mulheres foram torturadas e mortas num arco de 5 séculos pela Igreja Católica. Entre 1227 e 1235 a Inquisição foi estabelecida contra as "bruxas" e contra os "hereges" com uma série de decretos papais. Em 1252, o papa Inocêncio IV autorizou o uso da tortura para forçar "confissões" de bruxaria por parte de mulheres suspeitas. Este papa criminoso, depois da sua morte, foi enterrado na Catedral de Nápoles, com uma inscrição que começa com estas palavras: Hic superis dignus, requiescit papa Benignus... Mais tarde, Alexander IV deu à Inquisição todo o poder para torturar e matar, em caso de bruxaria que envolvesse heresia. 5 de dezembro de 1484: o Papa Inocêncio VIII publica a bula "Summis desiderantes affectibus" sobre as bruxas, que impunha a investigação sistemática para descobrir e justiçar as bruxas em toda a Europa. No "Malleus Maleficorum" (O Martelo das Bruxas) uma espécie de “manual do inquisitor perfeito, os "especialistas" da Igreja Católica (ou seja, os frades dominicanos Heinrich Kramer Institor e Jacob Sprenger), elencavam em pormenor o que combinavam as bruxas: “matam a criança no ventre da mãe, tal como os fetos das vacas e das ovelhas, tiram a fertilidade dos campos, secam as uvas das videiras e a fruta das árvores; enfeitiçam homens, mulheres, animais de tração, vacas,rebanhos e outros animais domésticos; fazem sofrer, sufocar e morrer as vinhas, pomares, prados, pastagens, milho, trigo e outros cereais; além disso perseguem e torturam homens e mulheres através de sofrimento assustadores e terríveis e dolorosas doenças internas e externas, e impedem os homens de procriar e as mulheres de conceber..." De 1257 a 1816 a Inquisição torturou e queimou na estaca milhões de pessoas inocentes. Eram acusadas ​​de bruxaria e heresia contra os dogmas religiosos e julgadas sem processo, em segredo, com o terror da tortura. Se "confessavam" eram consideradas culpadas de bruxaria, se "não confessavam" eram consideradas heréticas, e depois queimadas na fogueira. Não escapava nenhuma. Algumas eram submetidas à prova da pedra no pescoço, ou seja, a suposta criminosa era lançada na água amarrada a uma pedra. Se se afogava era inocente, mas se se mantinha à tona da água, era uma bruxa ... em qualquer caso tinha que morrer! Durante três séculos, alguns historiadores estimaram que nove milhões de bruxas foram exterminadas, cerca de 80% das mulheres e meninas. As mulheres eram violadas e torturadas, os seus bens eram confiscados desde o momento da acusação, antes do julgamento, porque ninguém alguma vez era absolvido. A família inteira era despossessada de todo o bem; desenterravam-se até os mortos para queimar os seus ossos. O Malleus Maleficorum estabelecia que a bruxa acusada deveria ser "com muita frequência exposta às torturas". As caças às bruxas eram campanhas bem organizadas, realizadas, financiadas e executadas pela Igreja e pelo Estado. Este reinado de terror durou cinco séculos, sob a bênção de pelo menos 70 papas, todos de alguma forma comprometidos com estes crimes hediondos. Para que servia o terror? Para dominar e explorar o povo, para subjugar os rebeldes, para impôr uma religião não querida pelo povo e enriquecer os dignitários (autoridades religiosas) e os seus cúmplices (os interrogadores). Estes últimos gozavam de privilégios especiais e eram considerados acima da lei. Porque é que as mulheres eram o alvo favorito? Porque se queria eliminar o princípio feminino. O papel natural de guias por elas exercido na comunidade ameaçava o poder da autoridade (princípio masculino). As mulheres ocupavam-se da saúde (os homens aprendiam a partir delas) e transmitiam as tradições; as mais velhas arbitravam com sabedoria as contendas. Tinham um poder e uma força natural, encarnavam a soberania do princípio feminino com os seus valores de conservação, proteção, ajuda mútua, condivisão ... transmitiam força à população. Algumas personalidades famosas foram vítimas da Inquisição. A mais conhecida é, sem dúvida, Joana d'Arc, a pastora, que assumiu o comando do exército, salvou a França da invasão inimiga e colocou no trono o legítimo rei. Mas foi acusada de bruxaria e heresia porque usava calças e cavalgava como um homem e, portanto, foi queimada viva. "Em 9 de maio de 1920, cerca de 500 anos depois de sua morte, Joana d'Arc foi definitivamente reabilitada, sendo canonizada pelo Papa Bento XV - era a Santa Joana d'Arc. A canonização traduzia o desejo da Santa Sé de estender pontes para a França republicana, laica e nacionalista." Primeiro, foi queimada viva pela Santa Inquisição; depois, canonizada pela mesma Igreja inquisidora e obscurantista. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, sempre de acordo com os reais interesses! Homem ou mulher, quem quer que usasse a cabeça era uma ameaça para a riqueza e o poder de uma minoria privilegiada, e era então eliminado. Uma mulher similar era considerada uma bruxa e queimada, após o que se tomava posse dos seus bens. Qualquer mulher não casada, dotada de uma habilidade incomum, ou caracterizada por um traço particular (cabelo vermelho, por exemplo) arriscava a acusação de feitiçaria e, portanto, tinha que ser queimada.irreligiosos.ning.com

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