segunda-feira, 29 de abril de 2013

Tutorial:sangue Artificial ou sangue cenográfico

Com o Halloween chegando e com ele, muitas festas, eventos, encontros como o Zumbi walk em várias cidades diferentes, decidimos, pesquisar maquiagens, figurinos entre outras coisas desse gênero e ajudar a galera que está com problemas para montar alguma coisa com este tema. Sangue artificial ou sangue cenográfico é um efeito especial muito simples (simples mesmo)mas que causa um impacto muito bom em apresentações de cosplay por exemplo. Neste tutorial apresentarei uma receita de sangue artificial super fácil de fazer e barata, eu gastei menos de 5 reais para fazer um receita grande (Em outra palavras está é uma receita devidamente testada). Existem várias receitas de sangue artificial, utilizando diferentes ingredientes e com resultados bastante diferentes, adequados a diversas situações. Esta receita tem como principais vantagens a facilidade no preparo (que é muito rapido), baixo custo e boa aparência, com coloração e consistência muito próximas do sangue real. Além disso, o sangue produzido com essa receita é atóxico e comestível, podendo portanto ser utilizado sobre a pele e até mesmo dentro da boca, nariz ou orelhas e se sobrar porque não usar como cobertura de sorvete (que aliás eu já testei isso também e ficou muito bom). XD Lista de ingredientes Uma tigela de tamanho médio - Um pouco de água - 360g (um pote) de glicose de milho ou mandioca - 1g (um tubo) de corante alimentício vermelho - 2 colheres de chá de chocolate em pó Modo de preparo - Coloque toda a glicose na tigela - Acrescente todo o corante vermelho - Misture bem até que todo o corante esteja dissolvido - Acrescente a água aos poucos, misturando sempre Obs.: é possível controlar a consistência do sangue acrescentando mais ou menos água, para deixá-lo mais pegajoso ou mais líquido, de acordo com a sua necessidade. Lembre-se porém que se acrescentar muita água, vai ser necessário aumentar a quantidade de corante para compensar. - Acrescente o chocolate em pó e continue misturando (essa é a parte chata porque demora para ele se misturar). Obs.: o chocolate serve para dar uma coloração mais escura ao sangue, e também ajuda na viscosidade. Se for utilizada muita água, também deve-se aumentar proporcionalmente a quantidade de chocolate. - Misture vigorosamente até dissolver todo o chocolate e o corante, e obter um aspecto homogêneo. Resultado final O resultado final é muito parecido com sangue real, e dependendo da viscosidade escolhida durante o preparo ele vai escorrer como sangue real, o que funciona muito bem para apresentações ao vivo. Dicas * O sangue fica com aparência melhor se for deixado para descansar por pelo menos 48 horas. Isso acontece porque o chocolate e o corante terão mais tempo para se dissolver completamente e as bolhas que se formaram na mistura irão desaparecer, mas por falta de tempo eu não deixei tudo isso é ficou com uma aparência muito boa * Glicose de mandioca pode ser um pouco mais difícil de encontrar, mas costuma ser mais barata que glicose de milho e apresenta os mesmos resultados. * Corante alimentício pode ser encontrado em casas de produtos para culinária, doces ou grandes supermercados. Aqui em Campinas eu consegui comprar tudo dentro do mercado municipal. * Você pode usar saquinhos de picolé para esconder o sangue durante apresentações e estourá-los com a mão ou a boca quando quiser obter o efeito de sangramento. Fonte: http://www.cosplayers.net/

Festa halloween – decoração

No dia 31 de outubro é comemorada a festa do halloween os países ocidentais comemoram bastante, já no Brasil a pouco tempo que se vem dando importância a esta data com as festas. Ligada as origens da morte resgata elementos e figuras assustadoras. Os símbolos relacionados nesta festa são os fantasmas, bruxas, zumbis, caveiras, monstros, gatos negros e até personagens como Drácula e Frankestein. As cores da festa de halloween são o preto, laranja e roxo use balões nessas cores, téias de aranha, feitas de algodão ou compradas prontas, velas, e outros que podem ser achados facilmente em casas especializadas de decoração de festa. O espírito de horror da festa devem ter elementos primordiais, as abóboras e cavernas fazem um espetáculo a parte mais também não podem faltar em uma festa de halloween. Um cardápio todo feito a base de filmes de terror para uma festa de halloween, você deve dar nomes as iguarias sobre o tema da festa tais como: ponche de sangue (feito com frutas vermelhas), coxinhas de rã, salada de cérebro, dedos mortos (biscoitinhos de manteiga e açúcar) e tantas outras invenções que você possa colocar em prática para fazer uma mesa de comida maravilhosa. As fantasias assustadoras para combinarem com o clima da festa. Bruxas, bruxos, fantasmas, monstros e outros o importante é você brilhar tanto quanto ao tema da festa.todaperfeita.com.br/

sábado, 27 de abril de 2013

MORGANA

Mitologia Celta Morgana representa na lenda arturiana, a figura de uma deusa Tríplice da morte, da ressurreição e do nascimento, incorporando uma jovem e bela donzela, uma vigorosa mãe criadora ou uma bruxa portadora da morte. Sua comunidade consta de um total de nove sacerdotisas (Gliten, Tyrone, Mazoe, Glitonea, Cliten, Thitis, Thetis, Moronoe e Morgana) que, nos tempos romanos, habitavam uma ilha diante das costas da Bretanha. As nove donzelas que, no submundo galês, vigiam o caldeirão que o Rei Artur procura, como pressagiando a procura do Santo Graal. Morgana faz seu debut literário no poema de Godofredo de Monntouth intitulado "Vita Merlini", como feiticeira benigna. Mas sob a pressão religiosa, os autores a convertem em uma irmã bastarda do rei, ambígua, frequentemente maliciosa, tutelada por Merlim, perturbadora e fonte de problemas. Morgaine Le Fay ou Morgana Le Fay, sendo conhecida na Grã-Bretanha como Morgana das Fadas, dentre outros nomes, aparece nas histórias do Rei Artur. O nome Morgaine tem origem celta e quer dizer mulher que veio do mar. Pode-se escrever Morgaine ou Morgana. Morgana também é muito conhecida na Itália por um fenômeno chamado Fata Morgana, traduzindo Fada Morgana. As lendas baseadas nos contos do Rei Arthur acreditam que Morgana foi uma sacerdotisa da Ilha de Avalon, na Bretanha. Em outras versões, foi meia-irmã de Artur, uma feiticeira maligna que queria de todas as formas retirar sua poderosa espada Excalibur. É filha de Igraine e Gorlois, Duque da Cornualha. Morgana é treinada por sua tia Viviane na Ilha de Avalon para se tornar a “Senhora do Lago” ou como também é chamada “Dama do Lago” ou “Senhora de Avalon”. Morgana teve um filho de Arthur depois de um ritual sagrado (Beltane). Essa criança se chamava Gwydion, que após ir para a corte de Arthur toma o nome de Mordred. Mais tarde este seria um dos inimigos de Arthur. Mordred depois de ter ferido seu próprio pai em uma luta para tomar o trono acaba morto. Morgana vendo seu irmão morrer e escutando seu pedido o leva para Avalon, onde o tempo transcorre de forma diferente do mundo dos humanos. Alí Arthur lança Excalibur no lago e morre. Morgana leva seu corpo para ser enterrado em Avalon (em algumas histórias, o Rei Arthur, ferido em combate, é levado pela Dama do Lago a uma Avalon mística do além, paralela a real, onde Artur permanece retirado do mundo e para sempre imortal. Em algumas versões da lenda, ele não resiste à viagem e morre tendo sido enterrado então em Avalon, em outras, ele estaria só dormindo, esperando pra voltar num futuro próximo, pois a ilha seria um refúgio de espíritos, o que permitira a ele permanecer vivo por artes mágicas). Depois a Ilha de Avalon se desliga quase por completo do mundo. E a Bretanha cai numa era negra nas mãos dos saxões. RITUAL DE BELTANE Beltane, Beltain ou Bealtaine é um festival Celta, ainda comemorada nos dias atuais, reconhecido nas comemorações da Festa da Primavera, mas que originalmente marcava o verão. O Beltane é o mais alegre dos Festivais Celtas, onde os participantes dançam, e se alegram nas voltas da fogueira. É um festival da fertilidade, simbolizando a união entre as energias masculina e feminina, a fertilidade da Terra e os fogos do Deus Celta Bellenos, e toda sua energia e luz. Durante o Festival, eram acesas fogueiras nos topos dos montes e lugares considerados sagrados, sendo um ritual importante nas terras Celtas. E como tradição, as pessoas queimavam oferendas como, por exemplo, totens ou animais para que o poder do fogo fosse passado ao rebanho e, pulavam as fogueiras para que se enchessem das mesmas energias poderosas. Representa o início do Verão e marca a morte do Inverno, sendo comemorado com danças e banquetes. Ocorre em 1º de maio no Hemisfério Norte e 1º de novembro no Hemisfério Sul. Na obra " As Brumas de Avalon" de Marion Zimmer Bradley,é relatada a festividade, mas deve se lembrar que em épocas remotas a sexualidade dispunha de um lugar de destaque e nada pudorado, pois como mencionam-se em muitos textos, é a celebração da Fertilidade. A Fertilidade nesta celebração consta como o desabrochar da Primavera, com o abrir das flores, as sementes e a vida da prole considerada no Reino Animal. Uma Festa que deve ser regada de muita alegria, com danças, coroa de flores e um banquete que valoriza os alimentos da época e principalmente a fogueira, ou algo representando o fogo. Para que possamos deixar que este elemento livre-nos das doenças e que reinicie a vida, na forma primordial, simples e pura. Muitos grupos que seguem a espiritualidade céltica ainda celebram este Festival, assim como outros. Fonte: wikipédia

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Varinha das Varinhas

"Uma varinha digna de um bruxo que derrotara a Morte", foi o que disse Antíoco Peverell. le foi o primeiro dono da Varinha das Varinhas, um poderoso objeto criado pela Morte e conhecido por muitos como uma das Relíquias da Morte. A designação não poderia ser mais condizente a sua extrema capacidade. Ela era uma varinha com características fora do comum: inquebrável e invencível. Seu proprietário poderia ser fraco e impotente, porém estar com a varinha lhe garantia a vitória sempre. Assim como toda Relíquia, a Varinha das Varinhas passou por diversos proprietários durante a história. Então é realmente difícil calcular precisamente quantas gerações bruxas tiverem contato com os presentes da Morte. A Varinha das Varinhas possui uma forma peculiar de transferência de posse. Diferente da capa ou da pedra, a varinha tem seus efeitos anulados se passada de forma casual. É necessário subjugar e vencer o portador da Varinha das Varinhas para ganhar lealdade do objeto e, assim, se tornar o seu verdadeiro dono. Como todas as varinhas, a Varinha das Varinhas não poderia deixar de possui um núcleo. Esta singular varinha apresenta pêlo de rabo de Testrálio, uma poderosa substância. A técnica de inserção deste núcleo é creditada apenas aos grandes bruxos capazes de enfrentar a morte. Segundo comentário de Alvo Dumbledore no clássico infantil dos Contos de Beedle: "Nenhuma bruxa jamais afirmou ter sido dona da Varinha das Varinhas". Origem A primeira menção desta varinha está presente nas páginas d'O Conto dos Três Irmãos, escrito por Beedle, o Bardo. Conta-se que ela foi fabricada pela Morte em pessoa, atendendo o pedido de Antíoco, que desejava uma varinha capaz de lhe transformar no maior duelista. A varinha foi moldada a partir do galho de um vetusto sabugueiro, que Ela buscara na margem do rio. Mais informações... História passada O nome Varinha das Varinhas ganhou diversos nomes através dos séculos, sendo conhecida também como Varinha do Destino e Varinha da Morte. Essa mudança sempre ocorreu quando bruxos das Trevas se apoderavam delas e saiam se gabando de possuí-las. Na realidade, poucas foram a tal varinha de que Antíoco desejou. Como dito, não se sabe ao certo a ordem de pessoas donas da varinha, mas segundo o "pesquisador" da área Xenofílio Lovegood alguns nomes são facilmente lembrados na manchada memória da história bruxa: Emerico, o Mal = Egberto, o Egrégio = () Godelot =¹ Hereward = (?) ¹ assassinado por seu filho na adega de casa Barnabás Deverill = Loxias =² (?) Arco / Lívio = (?) ² os rastros da derrota de Loxias circundam Arco e Lívio (sem informações adicionais) História atual - séc. XX No início do século XX a varinha se encontrava em posse de Gregorovitch, o artesão da varinha de Vítor Krum, sendo roubada mais tarde pelo jovem e loiro Grindelwald, entretanto na ocasião Gregorovitch não soube que foi ele. Porém como de costume aos donos da varinha, ele usou-a para propósitos destrutivos. Como Grindelwald ganhou poder, Dumbledore percebeu que era o único que poderia detê-lo. E em 1945 Dumbledore o desafiou para um duelo e o derrotou. Grindelwald foi preso pelo resto da vida em Nurmengard e Dumbledore acabou sendo premiado e muito conhecido por sua façanha. A varinha trocava novamente de dono. Ela seria a varinha do grande diretor de Hogwarts até sua morte em 1997. A beira da morte, Dumbledore quis que Severo Snape se tornasse o dono da varinha. Porém a falha no plano ocorreu porque a morte havia sido pré-programada. Snape não o tinha derrotado verdadeiramente. Ao invés disso o mestre legítimo da varinha se tornou o bruxo que desarmara Dumbledore antes da sua morte: Draco Malfoy. Quando Harry roubou a varinha de Malfoy durante um confronto na Mansão Malfoy, ele virou o senhor dela, entretanto nem ele nem Malfoy já haviam tocado ou usado ela. A própria vara foi enterrada com Dumbledore e roubado do seu túmulo por Voldemort. (?) = Gregorovitch = Grindelwald = Dumbledore = Draco Malfoy = (?) História recente Depois de dois momentos ímpares entre as varinhas de Voldemort e Harry; no cemitério de Godric's Hollow e na operação dos sete potters, o Lorde das Trevas estava em busca de uma nova varinha que não fosse afetada pelos laços que elas misteriosamente mantinham. Então, ele desejava a Varinha das Varinhas. A exemplo de alguns eventos passados, como as Horcruxes, Voldemort saiu obcecado pelas histórias da varinha invencível. Ele foi atrás dos dois maiores artesões de varinhas da Europa: primeiro capturou e torturou o sr. Olivaras no qual descobriu sobre os núcleos gêmeos entre as varinhas dele e de Harry. Além dessa informação, Voldemort dezutilizou Olivaras quando lhe dera a informação de que Gregorovitch poderia ter relação com a Varinha das Varinhas. Voldemort viajou até o Leste Europeu, mas não encontrou a tal varinha em posse de Gregorovitch, matando-o em seguida. Porém as pistas se encurtavam cada vez mais. E ele foi à Nurmengard "falar" com Grindelwald, o possível ladrão que roubou a varinha de Gregorovitch. Ele novamente não encontrou a resposta que gostaria de ouvir. E em seguida matou Grindelwald, que num último instante ainda mostrava uma certa resistência contra os ataques do Lorde. Depois do encontro com Grindelwald, Voldemort tinha certeza de que Dumbledore foi o último dono da varinha. E se dirigiu à Hogwarts. Ele violou o túmulo e roubou a Varinha das Varinhas de Dumbledore. Para a infelicidade de Voldemort, os poderes extraordinários da varinha não se revelaram como previa; ele concluiu assim que Severo Snape deveria ter sido o último senhor da varinha, pelo motivo de que o professor de Poções tinha matado o ex-diretor. Voldemort matou Snape, e ficou crente que desta vez, ele exercia domínio pleno sobre ela. Porém, Voldemort não sabia que Draco havia desarmado Dumbledore; nem soube que Harry Potter por conseguinte havia tirado a varinha de Draco Malfoy, fazendo de Harry o último dono da Varinha das Varinhas. Quando Harry e Voldemort estavam cara-a-cara no duelo final, Harry usou o feitiço Expelliarmus contra a Maldição da Morte, desarmando a Varinha das Varinhas, que recusando o ataque do seu senhor, ricocheteou em Voldemort, promovendo sua derradeira morte. Observação: Para alguns casos, o assassinato não é o único meio para a transferência de posse. Como ocorreu com Draco e Harry, quando eles desarmaram o oponente, "vencendo" e registrando a sua legítima posse. Esta regra é muito similar a regra universal das varinhas, quando a varinha conquistada tem sua lealdade trocada. Baseado em um complicado sistema, a Varinha das Varinhas tem presumivelmente em seu precioso núcleo, uma espécie de histórico em que não importa portar o objeto em si, mas carregar a verdadeira posse até com uma varinha comum, mesmo sem saber. (?) = Gregorovitch = Grindelwald = Dumbledore = Draco Malfoy = Harry Potter = . Encanto rompido Harry só usou a Varinha das Varinhas para um feitiço - Reparo - quando ele concertou a sua varinha, quebrada no incidente recente em Godric's Hollow. Além disso Harry recolocou-a no túmulo de Dumbledore, deixando claro que pretende morrer naturalmente e que ninguém mais se apodere da varinha, o que faria os seus efeitos esvaziarem.wiki.potterish.com Em inglês: Elder Wand Livros: RdM (p. 317, 318, 387, 388, 582), CdB

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Faça Sua Varinha Mágica

Como Confeccionar a Varinha Mágica A Varinha Mágica é um dos elementos essenciais a um Mag@, Feiticeir@ ou Brux@. Existem muitas lojas especializadas onde se pode comprar uma pronta, na maioria das vezes bem cara, lindamente decorada, de fino artesanato e acabamento. Porém, na verdade, é somente um elemento de decoração porque o poder da Varinha Mágica provém do trabalho manual despendido ao confeccioná-la e da energia com que se a imantou ao criá-la. Ao começar a fazê -las, descobre-se que se pode ter muitas, para diferentes rituais e fins segundo o gosto e as necessidades. A Varinha Mágica tradicional é fabricada a partir de um galho fino de árvore, e ela representa o elemento Fogo e simboliza a Força, a Convicção, a Vontade, assim como o Poder do Mag@, Brux@ ou Feiticeir@. Porém, durante as cerimônias, ela vai representar o elemento Ar serve para traçar símbolos mágicos no solo(assim como o Athame), no ar, a dirigir as energias e a misturar as poções mágicas do Caldeirão. A Varinha Mágica tradicional mede cerca de 50 cm, e deverá ser fabricada pela pessoa que dela vai se servir, a partir de um galho de árvore encontrado num jardim, num bosque ou floresta, caído no chão. Esta busca deverá ser realizada solitariamente após alguns minutos de recolhimento e meditação, onde a pessoa deverá se dirigir aos deuses e à Grande Mãe pedindo que estes a guiem ao encontro do galho que busca para sua Varinha Mágica. O galho encontrado caído no chão deve ser visto como uma graça da Natureza, e por isto, ao encontrá-lo, um agradecimento à Árvore que o cedeu e aos deuses não deve ser esquecido. Um agradecimento que deve também ser estendido aos Espíritos do jardim, do bosque ou da floresta que o protegeram durante esta operação mágica. Um pequeno pedaço de pão pode ser deixado no lugar onde se encontrou o galho, como símbolo deste agradecimento sincero. Uma vez de posse do galho, consulte a tabela da Lua para ver o dia apropriado para começar a confecção de sua Varinha Mágica (preferentemente na Lua Crescente) segundo a intenção de seu desejo em relação ao objeto. Neste dia, tire os pequenos galhos que porventura ele tenha e com uma lixa muito fina, limpe toda a casca, em movimentos lentos e muito suaves até que toda a superfície da Varinha esteja limpa e bem lisa. Este será um processo relativamente longo mas que, agindo cuidadosamente, você estará carregando a Varinha com sua energia, transformando-a de simples galho numa ferramenta mágica. Quando tiver terminado, você terá em mãos sua Varinha Mágica pessoal e intransferível. Este texto foi gentilmente cedido por Albanice. Imagens:~Brenda-Starr~ – alvarezperea – popculturegeek.com:magiabruxa.com/

sexta-feira, 19 de abril de 2013

A CAÇA AS BRUXAS

A era medieval ou Idade Média, foi marcada por um longo período de ausência do desenvolvimento intelectual na sociedade, o saber estava restrito aos monastérios. O conhecimento era monopólio do clero, o poder estava na mãos da Igreja, no qual toda a sociedade europeia vivia sob seu julgo. A Igreja cometeu as piores barbáries durante o período medieval, matou, torturou, trucidou, dizimou vários povos e todos que a questionavam eram lançados na fogueira. A Igreja criou mecanismo de perseguição para qualquer suspeitas de heresias, o Santo Oficio ou a Inquisição era um tribunal que julgava todos os crimes de heresias. Nessa época as pessoas que fossem pegas cultuando outras divindades eram considerados hereges, acusados de bruxaria. Foi lançado um manual de perseguição as bruxas, o martelo das bruxas. Esse documento regulamentava todas as ações que deveriam ser tomadas contra atos de bruxarias. A caça as bruxas tornou-se uma questão de honra para a Igreja, houveram vários perseguições, prisões e morte na fogueira. Muitas pessoas inocentes foram executadas e o terror sombrio da Igreja perpassou por vários séculos. A caça às bruxas tornou-se um símbolo da perseguição e do terror.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Bruxas e o Poder Simbólico

As Bruxas podem ser entendidas no campo da imagética, pois elas fazem parte de conjuntos simbólicos que regulam a existência humana. As bruxas foram e sempre serão um elo entre mito e razão ou ficção e realidade As relações humanas, dizem os sociólogos, são pautadas por poderes simbólicos. Eles possuem grande influência na visão de mundo e na realidade das pessoas. As bruxas sempre foram e vão ser um elo entre mito e razão ou entre ficção e realidade, pois elas se encontram no campo do imaginário popular que é disseminado pela cultura e pelos costumes de um povo e que, sobretudo, estabelecem relação e consequências nas ações do pensamento humano. Pesquisadores ávidos por suas buscas arqueológicas encontraram em cavernas símbolos e ilustrações que demonstram a adoração humana a deusas da fertilidade ainda no período neolítico. Desde o surgimento das primeiras civilizações, o homem buscava adorar deuses que mesclavam proteção, respeito e divindade. Talvez fosse uma maneira de confortar a busca por aquilo que não se compreendia ou aquilo que não existia e que se buscava uma resposta. Com o advento do Cristianismo e sua disseminação pelo mundo, o poder simbólico de muitas crenças, rituais ou costumes passaram a ser perseguidos e rotulados como heréticos e pecaminosos. O Cristianismo proliferou uma política em que existia uma cultura certa e uma cultura errada e, tão logo, a “verdade” deveria prevalecer sobre a “falsidade”. As mulheres durante a Idade Média que possuíam domínio de ervas medicinais para a cura de enfermidades eram julgadas como hereges e pecadoras, pois, na concepção católica, elas tentavam enganar as leis divinas com rituais que iam contra os preceitos da Igreja Católica. Por isso, várias mulheres foram perseguidas e acusadas de feitiçaria ou bruxaria e, consequentemente, foram assassinadas pela prática de suas crendices e cultura. Na Idade Média, as bruxas eram acusadas de falsear o controle divino, manipulando ervas e curando doenças, pois ninguém poderia mudar o curso divino das coisas se não fosse Deus. Juntamente com essa acusação, as bruxas eram acusadas de fazerem pactos demoníacos e realizarem coisas sobrenaturais, como voar pelos ares. Foi com esse imaginário simbólico que acusações foram legitimadas e várias mulheres foram mortas em diversas cidades da Europa até a chegada do Iluminismo.brasilescola.com Por Fabrício Santos Graduado em História

segunda-feira, 15 de abril de 2013

A FEITICEIRA DE ÉVORA

LINK RELACIONADO: Cipriano, O Santo Feiticeiro A feiticeira ou bruxa de Évora é uma das personagens mais populares e misteriosas do folclore e das lendas da magia, especialmente na esfera da cultura popular. Sua biografia é dispersa, incerta, cheia de contradições. Até onde conduzem as pesquisas, não pode ser considerada figura histórica; no entanto, sua fama é suficiente para considerá-la arquétipo mítico de um certo tipo de bruxa, de feiticeira. Sobre uma Bruxa de Évora, como pessoa localizada em um tempo, sua identidade primeira e verdadeira, sobre isso não há, nenhum registro que possa ser considerado como Histórico, documental, de fonte confiável. Documentos referentes à Bruxa simplesmente inexistem. É difícil até mesmo determinar a época em que viveu. A maioria dos textos/livros sobre uma Bruxa de Évora afirma que ela viveu no século... Outros, dizem que viveu em meados da Idade Média. Todavia, um único de texto de referência permite supor que, na verdade, essa Bruxa é mais antiga, e que poderia perfeitamente ter vivido em pleno século III d.C.. Mítica, é possível que a primeira bruxa de Évora tenha sido tão poderosa e influente que seu nome tornou-se sinônimo para praticantes da bruxaria que vieram muito depois e também fizeram fama desde o antigo oriente Médio, Ásia Menor. Uma idéia de bruxa que alcançou não somente a Península Ibérica mas também toda a região costeira do Mar Mediterrâneo, os Bálcãs, as ilhas do mar Mediterrâneo: ao longo de séculos, a expressão "Bruxa de Évora", tornou-se algo como um título. A BRUXA & O SANTO FEITICEIRO As pesquisas sobre esta feiticeira indicam que boa parte de sua fama nasce junto com a fama de um outro mago negro controverso: CIPRIANO DE ANTIOQUIA que viveu no século III da Era cristã (anos 200). Este, depois de uma vida dedicada à magia negra, converteu-se ao Cristianismo e foi até canonizado passando fazer parte da história Cristã como São Cipriano. Segundo as lendas, pois as biografias desses personagens não têm registros históricos precisos, o nome "Bruxa de Évora" [ou Bruxa de Yeborath – Iebora, em árabe يعبره significando Cruzado, cruzamento, encruzilhada] aparece pela primeira vez, no contexto do estudo da História da Bruxaria, ligado ao nome do Santo feiticeiro. Ela teria sido uma das mestras do mago e ele, seu discípulo mais prestigiado, herdeiro de seus feitiços. BABILÔNIA: FEITICEIRAS DE ENCRUZILHADAS NOS PRIMÓRDIOS DA BRUXARIA A migração da mítica da Bruxa de Évora: da Babilônia até a Península Ibérica Porém, esse encontro NÃO ACONTECEU na península Ibérica, como sugere o termo designativo, distintivo da Bruxa, Évora que é uma cidade histórica de Portugal. Segundo a biografia do feiticeiro Cipriano, seu encontro com a Bruxa aconteceu na Mesopotâmia, na Babilônia, [atual Iraque] onde se reuniam os ocultistas que estudavam a magia dos antigos Caldeus [sobretudo Astrologia]. Os dois personagens, já legendários: Cipriano, o Feiticeiro e supostamente, um de seus Mestres, sendo uma certa Bruxa de Évora, parecem ser um caso de migração de mitos e sincretismo cultural. Ambos, Cipriano e a Bruxa, originalmente, parecem pertencer ao acervo das crenças e figuras mitológicas que chegaram à península Ibérica em diferentes períodos históricos mas que combinaram-se perfeitamente no universo da mítica do sobrenatural: primeiro, chega a lenda Cipriano, já difundida no Martirológio cristão: o caso do Feiticeiro e sua misteriosa mestra de Yeborath. O Bruxo que virou Santo. Mais tarde, o juntamente com os Mouros sarracenos que invadiram e dominaram o território a partir de 715 d.C., vieram as bruxas misteriosas do Oriente, quase ciganas, as bruxas das Yeborath ou Iebora, das encruzilhadas, das agulhas. E, se sobre a Bruxa não há registro históricos de espécie alguma, a não ser como arquétipo, sobre Cipriano, o Santo Feiticeiro, existem, ao menos, um parcos documentos, como sua Confissão depois da conversão ao Cristianismo. Como foi dito, Cipriano – o Feiticeiro não somente encontrou uma certa Bruxa de Evora em sua passagem pela Babilônia como dela teria herdado os livros, as poções, os segredos do poderes de sua Mestra. Considerando essa informação como fato possível, uma Bruxa ou feiticeira na/ou da Babilônia seria, naturalmente, versada naquele tipo magia característica da cultura Mesopotâmica, aquela normalmente classificada como magia das trevas, da mão esquerda, magia negra: Goecia, necromancia, vidência, evocações, parcerias com demônios, envultamentos [encantamento à distância: os bonecos de cera e as agulhas], oráculos. Essas bruxas e bruxos foram aqueles que preservaram alguma coisa das tradições da magia das tribos nômades e reino antigos de tempos ainda mais arcaicos entre os quais destacam-se os Caldeus e os Assírios. Era uma Magia de sombras, freqüentemente desprovida de escrúpulos, sem critérios éticos, que livremente associava-se com entidades não humanas e pouco confiáveis: demônios, gênios, formas-pensamento, elementais, espíritos de pessoas mortas. Uma bruxa assim poderia, mesmo ter existido. E não somente uma, mas várias. As bruxas de-ou-das Evoras seriam algo como uma categoria de feiticeiras. Voltando à etimologia da palavra Évora, embora sejam encontradas raízes em solo europeu, não se pode desconsiderar a Yeborath dos árabes que, como foi explicado tem como significado: Cruzado, cruzamento, encruzilhada. Uma etimologia que sugere a tradução do termo Bruxa de Évora para Bruxa de Encruzilhada ou, bruxa que faz seus trabalhos em encruzilhadas, lugar de Pactos. [Lembrando uma característica que lembra a divindade grega Hécate, senhora dos encantamentos e do mundo dos mortos.] Com uma pequena mudança gráfica e fonética, se Yeborath é dito Iebora, então o significado muda para Agulha, agulhas e assim resulta, Bruxa das Agulhas. Ou seja, uma bruxa que trabalha com agulhas [supõe este pesquisador, agulhas e bonequinho de cera. Meditemos]... MAGIAS DE ÉVORA ANTES DE TUDO Rastrear a trajetória geográfica da figura da "Bruxa de Évora" ao longo dos séculos passa, necessariamente pelo conhecimento do histórico da localidade de Évora até porque, se o folclore em torno desta personagem começa na Babilônia do século III d.C., a crença se perpetua além Oriente-médio, alcança com toda força mítica a vasta região da península Ibérica e, atravessando o Atlântico junto com os grandes navegadores portugueses e espanhóis, encontrou seu lugar no imaginário dos povos latinos-nativos-afro-americanos. Se, de fato, existiu uma bruxa de Évora cuja vida se cruza com a vida de São Cipriano, esta personagem viveu [ou teria vivido] no século III, os anos 200 depois de Cristo. Nesta época, Évora era uma cidade romana, a Libetalitas Julia, conquistada em 57 d.C.. Contudo, a palavra Évora, ao que tudo indica é a denominação popular da localidade, antes e depois do domínio romano e, ainda, são várias as explicações para a origem deste nome. Plínio, o Velho (23–79 d.C.) – filósofo e naturalista, cronista romano, em seu livro Naturalis Historia, chama o lugar de Ebora Cerealis, por causa dos campos de trigo que dominavam a paisagem. OS CELTÍBEROS Os povoamentos na região, cujo centro, hoje, é a cidade Évora, abriga sítios arqueológicos que datam da Idade do Bronze [1.800 a.C.] e outros ainda mais antigos, do Paleolítico, Neolítico, Calcolítico [Idade do Cobre, cerca de 3.000 a.C]; de muito antes da Era Cristã. Sobre o passado remoto de Évora escreve J. Saramago: Chamaram-lhe Ebora os celtiberos, e como Ebora Cerealis a tem nomeado Plínio, o Velho, na sua História Natural, o que servirá para dar testemunho de que as planuras transtaganas já davam pão pelo menos dez séculos antes que os "alentejanos" (os que viveram e vivem além do Tejo...) se tornassem portugueses (SARAMAGO, 2001). Mitologia-folclore cristão-pagão e sarraceno [mouros] são apenas dois dos elementos que se misturam na composição da lenda e das imagens relacionadas à Bruxa de Évora. Uma influência ainda mais recuada repousa na história dos fascínios e medos dos povos que habitaram a Península antes de romanos ou mouros. São os bárbaros celtiberos, dos quais fala Saramago no texto acima e outras nações várias que se miscigenaram com os supostos autóctones [nativos do local] lusitanos ou lusitani [em latim] a maior das tribos ibéricas. Os lusitanos propriamente ditos são, geralmente, considerados como proto-celtas, celtas primitivos, migrantes, provenientes do norte europeu, mais especificamente os Célticos. MAGIA DOS CELTÍBEROS Uma xamã, ou feiticeira ibérica, [ou um xamã, o gênero é incerto] figura central no culto da Fertilidade, no Ocidente. É uma sacerdotisa. No peitoral, sete símbolos do sol. British Museum. Estes primeiros habitantes organizados em aldeias e tribos da região, os celtiberos praticavam a magia européia ocidental mais primitiva, ainda eivada de crenças e práticas pré-históricas, como os sacrifícios humanos, por exemplo. Nesse contexto, o papel das mulheres tinha grande relevância posto que exerciam o papel de Xamãs, curandeiras que se utilizavam do conhecimento das virtudes e das peçonhas fornecidos pela Natureza, poções para o bem e para o mal extraídas de vegetais, animais e minerais. No alvorecer da História, as bruxas eram como médicas: do corpo, da alma; intermediárias entre os homens e as forças da Natureza. Foi essa magia primitiva que, aos poucos, transformou-se na Bruxaria da península Ibérica, resultado da interação com saberes de outras nações: romanos pagãos, romanos cristãos, bárbaros outros, pagãos originais ou romanizados; bárbaros cristianizados, Mouros (muçulmanos, Sarracenos). Sobre a relação entre Évora e os celtíberos, estudos indicam que, a palavra e o lugar podem estar ligados a uma antiga divindade celta cultuada na região: Eburianus cujo símbolo é a árvore do Teixo. Houve tempo em que os lusitanos chamavam a atual localidade de Évora de Eburobrittium (SÍMON, 2005). ERA UMA VEZ... LAGARRONA-LAGARDONA Segundo o livro de São Cipriano [o feiticeiro, século III d.C. anos 200], capa de Aço, no tempo em que os mouros viviam na região portuguesa de Évora, o rei mouro Praxadopel ali construiu um castelo, em Montemur. Nesse lugar, hoje chamado Castelo de Giraldo [referência a Geraldo, o Sem Pavor – ... -1173? herói da reconquista da terra lusa ocupada pelos mouros], transformado em ruínas pelo passar dos séculos, em meio às pedras, louvado nas noites escuras pelo uivo de lobos e chacais, no fundo da propriedade, ocultos embaixo de montes de pedras, no Túmulo de Montemur, foram encontrados os restos mortais de sete pessoas e pergaminhos escritos por Lagarrona, a Feiticeira de Évora (também chamada Lagardona ou La Guardona). * Os mouros, povos do oriente médio, somente poderiam ter ocupado a região depois período de expansão dos domínios árabes em suas incursões em território europeu, em uma época, portanto, pós-fundação do Islamismo. Porém as referências à uma bruxa de Évora remontam aos primeiros séculos do Cristianismo, por volta do século III, coincidindo com o período de vida de do bruxo Cipriano. Eis uma prova da dificuldade de identificar a historicidade dessa feiticeira tão famosa. BABILÔNIA BERÇO DA MAGIA OCIDENTAL Babilônia, é o nome em sentido amplo e popular de um dos mais importantes centros de Civilização da Antiguidade Clássica. Essa importância deve-se à geografia estratégica, mesopotâmica da região, entre potamus: terra situada entre dois rios, a saber, Tigres e Eufrates. Ali, ao longo de milênios, os mais diferentes povos se cruzaram entre batalhas sangrentas e composições políticas, alternando-se no poder. Pela ordem cronológica, as principais nações que deixaram suas marcas na Mesopotâmia foram: De ...?-3000 a.C. – SUMÉRIOS: Povo de origem misteriosa, possivelmente provenientes da Ásia Central ou, mesmo, da Índia. [Segundo teoria da exobiologia e da colonização planetária, os sumérios são herdeiros de reptilianos denominados Anunaki, oriundos do planeta Nibiru]. LINK: Anunaki, os Deuses Astronautas da Suméria 2.500 a.C. – Acádios [semitas] 2.100 a.C. – Elamitas 2.000 a.C. – Amoritas, segundo algumas fontes, ancestrais da Casa Judaica do Rei Davi. 1.750 a.C. – Bárbaros Cassitas. Introduziram o cavalo no pastoreio mesopotâmico. 1.000 a.C. – Assírios. Povo que desde 3.000 a.C. habitava as montanhas ao norte da Mesopotâmia. Belicosos, descendo as montanhas, dominaram a região por quase cinco séculos. Sua capital chamava-se Nínive e seus reis são figuras históricas famosas como: Sargão II [772-705 a.C.]; Senaqueribe [705-681 a.C.]; Assurbanipal [668-626 a.C.]. Os Assírios, famosos por serem sanguinários e cruéis, conquistaram quase todo o mundo civilizado de sua época: Síria, Fenícia, Israel, Egito. 612 a.C. – CALDEUS. Tomaram o poder comandados por Nabopolasar, pai do famoso Nabucodonosor. Escravizaram os judeus e durante sua hegemonia surgiu a figura do patriarca judeu Abraão, na cidade de Ur. 539 a.C. – A Babilônia dos Caldeus caiu sob o domínio dos Persas durante o império de Ciro. A PARTIR DOS SUMÉRIOS, politeístas e antropomorfos, e no natural processo de sincretismo religioso religioso resultante do contato de povos tão diversos, escreve o historiador McNall Burns: A religião sofreu, nas mãos dos antigos Babilônios, numerosas mudanças, tanto superficiais quanto profundas (McNALL BURNS, 1985 p 85). A superstições dominavam o imaginário popular. Continua o pesquisador: A astrologia, a previsão do futuro e outras formas de Magia cresceram em importância... houve um incremento na adoração dos demônios... Hordas... de demônios e espíritos malévolos escondiam-se na escuridão e cruzavam os ares [como bruxas...] espalhando em seu caminho o terror e a destruição. Não havia defesa contra eles, exceto os sacrifícios e os sortilégios mágicos. Se o antigo povo babilônico não inventou a feitiçaria... foi... o primeiro povo civilizado a dar-lhe um lugar de grande importância [no contexto da organização social]... (McNALL BURNS, 1985 p 86). NO PRINCÍPIO FORAM OS CÉLTICOS OS CÉLTICOS foram grupos de Celtas que começaram a chegar na Península Ibérica, ainda na chamada Idade do Ferro entre os séculos VII e IV antes de Cristo [anos 700 a 400 a.C.] e iniciaram a ocupação do Alentejo [onde localizam-se distrito e cidade de Évora] e Algarves, sul de Portugal. Por isso são também chamados Celtíberos ou Celtas-Íberos. Segundo Jorge de Alarcão, a designação célticos é um coletivo que abrange vários povos como os: Cempsii – também chamados cinetes seriam originários da Anatólia e do Cáucaso, de cultura proto-celta, celta ou pré-céltica Ibérica DATAÇÃO: século VIII a.C., citados por Herótodo – [485?–420 a.C] historiador grego no século V A.C.. Segundo uma Estela, Monumento de Pedra, monolítico, conservada até hoje no Museu de Évora, religião dos Cônios possui uma misteriosa ligação com o judaísmo: monoteísta, chamavam seu (s) deus (es), talvez secundários, de Elohim [embora Eloi seja o singular do plural deuses, elohim]. Túrdulos – herdeiros dos Tartessos, considerados pelos gregos como a primeira civilização do Ocidente e os Lusitanos, DATAÇÃO: 1000 a.C.. MÍSTICA CELTIBERA Também o pesquisador Antônio Alvarez, de língua espanhola, reconhece como primeiros povos históricos da Península Ibérica: Iberos, Tartésios, Celtas e os Celtíberos, como indica o nome, mistura de celtas e iberos. A maioria dos historiadores concorda que esses povos viviam conflitos constantes e guerreavam entre si com certa freqüência. Viviam em tribos. Eram caçadores, pescadores mas também agricultores e pastores. No âmbito do religioso e sobrenatural, os Celtíberos eram politeístas, adoradores do Sol, da Lua e das estrelas. Rendiam culto a espíritos de forças da Natureza que, acreditavam, habitavam as montanhas, os bosques, as águas. Porém, acima de todas a divindades, adoravam um Deus Único Supremo: o Desconhecido, que festejavam nas noites de lua cheia, dançando nas portas das casas e sacrificando vítimas humanas. (ALVAREZ, 1998 – p 404). FOLCLORE DA FEITICEIRA EM PORTUGAL Ruínas das muralhas: Castelo do Giraldo, cidade Évora – Portugal. O Castelo de Giraldo, mais que uma referência a uma edificação, refere-se a toda uma região que, hoje, é um sítio arqueológico de Portugal. No tempo em que os mouros viviam na região portuguesa de Évora [e os mouros chamavam a cidade de Yeborath a Liberalitas Julia da época da dominação romana], o rei mouro Praxadopel ali construiu um castelo em Montemur [região vizinha de Évora cujo centro é a cidade de Montemor]. Nesse castelo, hoje chamado Castelo de Giraldo, transformado em ruínas pelo passar dos séculos, em meio às pedras, louvado nas noites escuras pelo uivo de lobos e chacais, que, no fundo da propriedade, enterrada entre montes de pedras, está o Túmulo de Montemur. Nele foram encontrados os restos mortais de sete pessoas e pergaminhos [supostamente] escritos por LAGARRONA, a feiticeira de Évora. Frei Antão de Sis, estudioso dos fenômenos mágicos e da feitiçaria, através dos pergaminhos, encontrou a casa da bruxa, ainda em pé, apesar do tempo. Descreveu-a como uma casa diabólica... No meio dela havia uma cova da altura de um homem. As paredes internas estavam repletas de desenhos representando lagartos, cobras, lagartixas caracóis, rãs, escaravelhos, símbolos egípcios, vespas, baratas e outros bichos peçonhentos. Do lado de fora, havia quatro sapos e várias figuras de meninos tendo nas mãos molhos de varinhas de ervas com os quais ameaçavam os sapos. Ainda dentro da casa, em dos cantos dessa casa mal-assombrada havia a escultura de pedra de um cavalo-homem, como um centauro. Noutro lugar, outra estátua, esta, a de uma mulher-serpente. Em certo ponto do chão ladrilhado com cerâmica negra, uma inscrição: O primeiro a abrir esta cova Verá coisas jamais vistas Cava por diante para que resistas [enfrentes] ao grande temor que seu peito prova Verás sortilégios mágicos que prendem os homens, o filtro do amor que amarra as mulheres. Não temas, não temas. Não mostres temor: acharás sucessos, magia e amor e, por certo, em tudo será vencedor. Gran libro de San Cipriano o los tesoros del hechicero, 1985 A BRUXA DE ÉVORA NOS LIVROS Em Portugal A Bruxa de Évora é o modelo de bruxa. Mas não somente em Portugal: este modelo de bruxa está na fantasia de toda a Península Ibérica e nos territórios que foram descobertos e conquistados pelos grandes navegadores ibéricos da Idade Moderna. É praticamente inexistente o material documental sobre a pessoa específica de uma Bruxa relacionada, residente ou oriunda da região de Évora. Livros, biografias sobre essa personagem são poucos e contém informações de fonte duvidosa e/ou desconhecida. Edições de obras bem conhecidas não mencionam datas ou originais. Dois livros destacam-se nessa bibliografia exígua: O Livro da Bruxa ou Feiticeira de Évora de Amadeo de Santander e A Bruxa de Évora, de Maria Helena Farelli. No primeiro, no que se refere à biografia da Bruxa, o que se encontra, logo no primeiro capítulo é uma reprodução e/ou tradução de outro texto de autor praticamente desconhecido: capítulo do Livro de São Cipriano, sabe-se lá em qual de suas repetitivas versões mas, muito possivelmente da edição em espanhol Gran Libro de San Cipriano o los tesoros del hechicero. O capítulo, intitulado La Hechicera de Evora o Historia de La Siempre Novia (Siempre Novia, referência uma das lendas mais difundidas sobre a Bruxa) teria sido, supostamente, extraído [todo o capítulo] de um manuscrito cujo autor é um certo [ou incerto] Amador Patrício. FEITIÇO DA COBRA GRÁVIDA Outro supostamente episódio biográfico sobre a Bruxa relata o paradoxal encontro da Feiticeira com o Bruxo Cipriano, já cristianizado mas ainda especialista em bruxedos. O caso é conhecido com O Encontro de São Cipriano com a Bruxa de Évora. Neste encontro, Cipriano não parece um discípulo diante de uma antiga mestra. Ao contrário, é a bruxa, já em avançada idade que recorre ao novo cristão para realizar um feitiço que lhe renderia [a ela, bruxa] bom dinheiro. Trata-se do feitiço da cobra grávida, para segurar marido. O ex-bruxo propõe uma barganha: a conversão da bruxa ao Cristianismo em troca da fórmula mágica. A bruxa aceita e eis a feiticeira de Évora transformada em penitente velhinha cristã. Ao final, a receita profana, destinada a recuperar o marido da contratante, uma jovem senhora da nobreza, pede o favor para a réptil gestante [a cobra grávida!] mas, isso em nome de Deus e da Virgem Maria! Uma combinação extravagante de feitiço pagão e reza cristã. Santander, autor deste livro, O Livro da Bruxa ou Feiticeira de Évora, este autor é tão difícil de identificar e datar quanto a própria Bruxa de Évora. Ele começa sua obra sem qualquer introdução, identificando o período de vida da personagem que dá nome ao livro com o tempo da dominação Sarracena na península Ibérica, ou seja entre o século VIII e começo do século XII. Escreve Santander: No tempo em que os mouros viviam na região portuguesa de Évora... E ao longo do capítulo descreve o que seriam os últimos anos de vida da Bruxa, claramente qualificada como Moura, muçulmana. No relato, a feiticeira tem um filho adulto e mau. Chamado Candabul, desejou possuir uma jovem donzela cristã. A bruxa ajuda no rapto da moça, providencia a morte por enfeitiçamento todos os pretendentes dela. Mas o mal-feitor é preso e condenado à morte. Mais uma vez a bruxa interfere e se empenha em produzir mágicos meios de fuga para Candabul. LA GUARDONA, O FANTASMA DA BRUXA Caçada pelos agentes da Lei, depois de várias peripécias, ela acaba morrendo durante um acidente na realização de um de seus feitiços, que fazia em uma tentativa desesperada de escapar da Justiça. Quando chegaram os soldados, encontraram-na morta. Não foi sepultada. Como punição post-mortem, foi pendurada na porta da própria casa e ali ficou apodrecendo e sendo devorada pelos abutres e vermes. O cadáver, lentamente virando ossada, oscilando ao sabor das ventanias, era uma visão macabra que parecia vigiar o lugar e a bruxa morta passou a ser chamada de La Guardona [ou, as corruptelas, Lagarrona e Lagardona], algo como A Guardiã... da casa, de suas ruínas e arredores. O local, naturalmente, passou a ser temido e considerado como assombrado [Gran Libro de San Cipriano o los tesoros del hechicero, 1985]. Todavia, mais adiante, quando fala do encontro da feiticeira com o ex-mago negro, o autor [Santander] ignora completamente os dados históricos que, se pouco dizem também sobre a vida do bruxo Cipriano, ao menos bem determinam a data de sua morte, martirizado por ser cristão em 304 d.C., muito antes, séculos antes, portanto, da Bruxa de Santander ter protagonizado aquelas aventuras. No episódio do feitiço da cobra grávida, o fim da bruxa é outro: cristianizada, bem aposentada com o ouro do último bruxedo que fez por contrato e empregada como Aia [criada pessoal] de uma condessa. LENDAS, FÓRMULAS & SEGREDOS Torna-se claro que os relatos sobre a bruxa de Évora são de fato, um conjunto de lendas e seus supostos escritos são de origem desconhecida, excertos de Grimórios mais antigos de autoria igualmente duvidosa. Alguns são atribuídos a este ou aquele mestre mais conhecido na esfera do folclore, da cultura popular, como Alberto, o Grande, Papa Honório, bruxo Atanásio e o próprio Cipriano, o feiticeiro. Muitas das receitas dos Grimórios são fórmulas de remédios caseiros, acervo de um saber muito útil em uma época em que a medicina dispunha de toscos recursos e médicos com estudo eram poucos e para ricos. Muitos dos Segredos da Bruxa revelados no livro de Amadeo de Santander fazem parte da sabedoria popular dos curandeiros e curandeiras de linhagem imemorial, uma herança que durante muito tempo foi preservada e transmitida através da cultura oral. A própria Bruxa apresentada por A. de Santander em sua pretensa-original tradução-reprodução do Único e autêntico manuscrito comprovado pelos sábios da Galícia extraído do Flor Sanctorum, datado dos tempos dos mouros de Évora, a feiticeira comenta revelando algo possivelmente verídico na vida de muitas Bruxas de Évora: que seus conhecimentos foram-lhe ensinados pela mãe, segredos passados de geração em geração. Explicando a Cipriano em que consiste o seu [dela] feitiço da Cobra Grávida Para Prender Marido ela revela algo de recorrente na biografia dessas bruxas de Encruzilhadas: É pele de cobra com flor de suage [ou sage, Artemisia vulgaris ou, ainda, flor-de-são-joão, erva-de-são-joão, artemísia-verdadeira, losna, absinto. L.C.] e raiz de urze [Erica Lusitanica ou torga e/ou Calluna vulgaris] que estou queimando em nome de Satanás, para defumar as roupas do duque [o Grão Duque de Terrara] e ver se o desligo daquela mulher [uma amante]. Esta mágica foi sempre infalível quando minha mãe a praticava debaixo dessas abóbodas em que as mãos dos homens não tomaram parte. Minha mãe desligou com ela [a tal magia] mancebais [relações extraconjugais] de nobres e monarcas... (SANTANDER, p 13) Compilados em manuscritos medievais, organizados em volumes raros, artesanais, ornados com finas iluminuras, a grande enciclopédia dos saberes populares, pagãos, curiosamente, começou a ser organizada, não raro, pelo monges escribas das grandes escolas e bibliotecas de mosteiros da Cristandade medieval. Provavelmente foi da pena dos monges que surgiram os primeiros Grimórios e/ou Engrimanços. Com o advento e evolução da imprensa, ou seja, depois de Johannes Gutenberg [Johannes Gensfleisch zur Laden zum Gutenberg, 1398-1468 – alemão, considerado inventor/introdutor da imprensa no Ocidente], esses conhecimentos documentados em registros escritos tornaram-se disponíveis em numerosas cópias que ganharam o mundo em letras de forma, em publicações variadas, de folhetos baratos, almanaques de curiosidades até custosas e exclusivas edições. O ENCANTAMENTO DA BRUXA ...a Bruxa de Évora foi vista voando em um bode preto... voava... acompanhada por um veado e um javali alados... (FARELLI, 2006 p 26) Em A Bruxa de Évora, Maria Helena Farelli (2006) apresenta a personagem como arquétipo folclórico luso-hispano-brasileiro, com ênfase nas raízes portuguesas da lenda, já devidamente hibridizadas entre: 1. o druidismo celtíbero doméstico; 2. o culto romano à deusa Diana [correspondente à grega Artemis], cujas ruínas do templo ainda podem ser visitadas em Évora; 3. a figura mítica da moura feiticeira, freqüentemente apresentada, simplesmente e depreciativamente como a Moura Torta, um modelo de bruxa, tudo isso misturado ao – 4. ritualismo cristão das orações e adoração dos santos e das relíquias e nome sagrados. Em Farelli (2006), a narrativa passa, como é necessário, pela história da nação lusitana, detendo-se em período em que a cultura popular mística-religiosa já tinha absorvido elementos que ficaram como herança do tempo da dominação islâmica-sarracena em toda a península Ibérica. Boa parte dessa herança consiste no universo misterioso na magia semita, caldaica, mesopotâmica: dos magos-alquimistas, astrólogos, videntes, quiromantes, necromantes – invocadores de gênios e espíritos dos mortos, magia-negra, também, sim, da mais antiga tradição árabe, pré-Islã. Segundo Farelli a Bruxa de Évora era a ...guardadora dos segredos dos feitiços do Oriente, a que voava em camelos alados... (FARELLI, 2006 – p 15). Sobre o sincretismo no qual foi forjada a Bruxa de Évora, a autora escreve: ...o português sempre acendeu uma vela para Deus e uma para o outro. Até na Igreja ele fazia mirongas... Até os padres eram acusados desses feitos. Mas os considerados grandes bruxos eram os mouros e os judeus... (Idem, p 29). E mais: ...segundo a lenda, a Bruxa de Évora era moura... árabe ou mourisca... morena... (Ibid., p 29). BRUXA ERUDITA Em relação à aparência, A Bruxa de Évora (FARELLI, 2006) apresenta o arquétipo folclórico da personagem em sua velhice. Esta esta é uma daquelas bruxas velhas e esquivas dos contos infantis. Mas, ao contrário do modelo da curandeira intuitiva, analfabeta, camponesa ignorante cujo conhecimento é todo proveniente de experiência pessoal e herança de tradições orais, em Farelli (Idem) a bruxa de Évora é praticamente uma erudita. Alfabetizada, poliglota, ela fala, lê e escreve em português [o gentílico da época], árabe e latim. Sem citar sua fonte de informação, a autora enfatiza: Sabia matemática... reconhecia as estrelas,... sabia ler a sorte nas areias... Ela conhecia a magia de seus ancestrais muçulmanos* mas, vivendo no século XIII [anos 1200], também sabia [da magia] dos celtas... (FARELLI, 2006 – p 33). Todavia, a moura pagã era, ao mesmo tempo, devota cristã: ...a velha bruxa já tinha feito a peregrinação a Santiago de Compostela [tradição cristã]... Já tinha ido à Sé de Braga, muitas vezes, pagar promessas... (Idem) ...E, ainda: ...a bruxa de Évora não era uma herética. Era uma mulher que conhecia as rezas (Ibid., p 41). * Um equívoco comum do olhar superficial do Ocidente sobre o Oriente. Há muito tem-se confundido cultura árabe com cultura de muçulmanos. A magia não poderia ser praticada por uma muçulmana. O Islã proibiu, sujeitando a severas penas, a prática da magia tradicional pré-islâmica. Na verdade, a famosa riqueza da cultura árabe precede o Islã; uma riqueza que o Islamismo cuidou de mutilar ao longo de mais de um milênio e declina, mais e mais, com a expansão e recrudescimento fundamentalista da fé no Alcorão e sua teocracia – repressiva, opressora e regressora, baseada em leis supostamente religiosas suplementares – as Sharias, diferentes para as diferentes seitas muçulmanas, que ignoram até mesmo os preceitos estabelecidos no confuso livro sagrado desses crentes. Além disso, essa Bruxa de Évora era uma senhora em situação social e de comportamento atípicos para sua época. Vivia bem [ou seja, não passava dificuldades financeiras, materiais]. Tinha dinheiro proveniente da prestação de seus serviços mágicos e/ou técnicos-científicos. Porém, consciente do espírito dos tempos medievais, não ostentava riqueza ou poder. Era discreta, sabiamente. Andava pobremente vestida, Era seu jeito de ficar invisível e evitar confrontos com as autoridades religiosas. O LIVRO DA BRUXA QUE NÃO É DA BRUXA Flos Sanctorium ou Flos-Santorio: Flor dosSantos Como todo ocultista, seja leigo ou erudito, considerando uma figura histórica da Bruxa como precursora ou símbolo de um mito, a Bruxa de Évora, alfabetizada que era possuía ou devia possuir seu próprio Livro [ou livros] de estudos e anotações contendo fórmulas de elixires, ungüentos, poções, rezas, rituais e outros saberes. Nos meios exotéricos, o livro de registros pessoais de uma bruxa é chamado Livro das Sombras. Um possível Livro da Bruxa de Évora seria – ou foi e é, um objeto que, se autêntico, atraiu e atrai curiosidade e cobiça proporcional à força lendária de sua suposta autora. Um objeto digno de um Museu de história da cultura ocidental. De fato, este Livro é um dos elementos mais explorados do folclore em torno da Bruxa; explorado, inclusive, no mercado editorial. Porém, o texto que tem atravessado séculos e que Amadeo Santander reproduz em seu Livro da Bruxa (s/data), este texto é uma mutação de autoria desconhecida o suficiente para ser considerado de domínio público. Na folha de rosto de uma edição recente Santander e/ou a editora [seja lá quem for este autor] declara que a obra reproduz o único e autêntico manuscrito... [cópia] do original extraído dos Flos Sanctorum, datado do tempo dos mouros de Évora. Esta informação é uma encruzilhada na pesquisa: ocorre que o Flos Sanctorum [ou Florilégio dos Santos, Flor dos Santos] a princípio, é Hagiografia: um livro que reúne biografias de santos [?!]. E a situação se complica posto que o Flos Sanctorum, segundo estudos é, por sua vez, reedição de um livro mais antigo, A Lenda Áurea ou A Legenda Áurea que também é, essencialmente, coletânea de vidas de santos, escrito-compilado por Jacobus de Voragine [1230-1298, italiano, religioso dominicano, arcebispo de Gênova], datado em em torno do ano de 1260. A questão é: como pode, o Livro da Bruxa apresentado por A. Santander ser extrato, derivação de um Flos Sanctorum de qualquer século? Tudo indica que o Livro da Bruxa não é, de modo algum derivado de manuscritos de uma Bruxa de Évora. O nome da Bruxa, nesse caso, tal como no caso do penitente Bruxo Cipriano é usado como atrativo de mercado. Caso simples de propaganda enganosa. Em ambos os casos, os Livros atribuídos aos lendários autores são coletâneas de simpatias e receitas populares, tradicionais, resgatadas do acervo da cultura oral, misturadas com rezas e saberes práticos destinados a solucionar os problemas do corpo e da alma do Homem medieval. MAGIA PRÁTICA, MUITO PRÁTICA comentário ao conteúdo de O Livro da Bruxa de A. Santander No livro de A. Santander as receitas mágicas, feitiços, oráculos, começam no CAPÍTULO III com uma técnica muito útil, atemporal! que pode funcionar em qualquer época, para as mulheres se livrarem dos homens quando estiverem aborrecidas de os aturar. A seguir, uma receita infalível para as mulheres não terem filhos, tão útil quanto anterior ou mais, método bastante tradicional, utilizando esponjas do mar introduzidas na vagina antes do coito, truque já usado no Egito Antigo, por exemplo. Há magias para sedução, rejeição e fidelidade, para prosperar no trabalho honesto ou desonesto. Oferece proteção contra inimigos, oráculos para saber do presente e do futuro, feitiços e contra-feitiços. O CAPÍTULO IV resgata a figura do mago egípcio Janes [que, juntamente com seu parceiro, Jambres], que confrontou Moisés e Arão diante do Faraó com uma disputa de poderes mágicos. Este personagem, o mago egípcio Janes, pouco lembrado nos dias correntes, também é citado nos Livros de são Cipriano, fortalecendo as alusões a uma ligação, mestra-discípulo entre o Santo Bruxo e a Bruxa de Évora. Em uma das versões da fim da vida da Bruxa, ela é convertida ao cristianismo por Cipriano e termina sua vida como devota católica e aia [camareira pessoal] de uma aristocrata. Neste capitulo,continuam sendo listadas magias relacionadas com questões mundanas,cotidianas,incluem ainda, receitas de beleza: Para conservar a formosura, para afinar, limpar e clarear a pele, tingir os cabelos. Em uma das formulas o mago Jambres promete: ...Fazer sumir do corpo e do rosto as verrugas, manchas e outras excrescências da pele. O CAPITULO V é dedicado à Pastoromancia, denominação imprópria, refere-se à chamada, por ocultistas como Eliphas Levi [Alphonse Louis Constant, 1810-1875] e Papus [Gérard Anaclet Vincent Encausse, 1865-1916], magia dos campos, da tradição dos pastores da Sicilia, Itália. E não são propriamente magias. São receitas, mais especificamente, medicinais, parte do arsenal curativo popular dos precários tempos medievais. São remédios e rezas para combater, solitária [Taenia solium, verme platelminto], hemorróidas, lesões musculares, surdez, dor de dentes, feridas, úlceras, hemorragias, queimaduras, picada de insetos e animais peçonhentos e, é claro, receita contra calos e verrugas. O CAPITULO VI promete revelar o segredo alquímico da arte de fazer ouro. Porém, como sempre acontece nesse tipo de "literatura" o texto nada fornece de aproveitável sobre o tema. Aliás, passa longe de qualquer fórmula de produzir ouro. São mencionadas umas poucas substâncias muito usadas em outras operações mágicas registradas em outros manuais do gênero. Tais substancias seriam ingredientes-chave da transmutação de materiais ordinários no precioso metal. Escreve Santander: Não faltam nos livros verídicos [?] exemplos que comprovem essa operação. E ainda: Esta arte é de grande facilidade [!] mas exposta a graves perigos porque não se pode executar em a cooperação do demônio (SANTANDER, p 59). É o demônio quem prepara e fornece certos pós empregados na transmutação. Dois metais e uma outra substância são mencionados como ingredientes essenciais: argenteo vivo [possivelmente interpretável como Alumínio (Al) mas muito mais provável que seja redundância esclarecendo o azougue como sendo e elemento Mercúrio cujo símbolo é Hg provém da designação latina – hydrargyrum que significa prata líquida. De fato, o Mercúrio assemelha-se a uma prata buliçosa e vívida [por sua consistência entre o fluido e o gel]; daí também a denominação azougue [para o mercúrio], aludindo a algo buliçoso, que não para quieto. Finalmente, entre os ingredientes da transmutação comentada em O Livro da Bruxa é mencionado um misterioso pó de Resh [Veja box ao lado]. CAPÍTULO VII – TESOUROS DA GALIZA Galiza ou Galícia é uma comunidade autônoma espanhola, fronteira com Portugal, situada a noroeste da Península Ibérica. Sua capital é Santiago de Compostela, na província da Corunha. As informações sobre estes tesouros foram alegadamente extraídas de um pergaminho que teria sido encontrado nas ruínas do castelo mourisco de Altamira [abaixo] no ano de 1065. Sobre o paradeiro do pergaminho (no século XX) diz o autor (Santander) que encontra-se [ou encontrava-se...] em Barcelos, [cidade portuguesa, norte do país], na Biblioteca Acadêmica Peninsular Catalã. Muito danificado, o pergaminho tem partes carcomidas e em alguns casos não se entende bem (SANTANDER, p 63]. Na verdade, todo o texto sobre os supostos Tesouros da Galiza não se entende nada bem, por exigüidade de informações e/ou por arcaísmos nas denominações topográficas, medidas de distância e valores. Os termos usados nos textos dos 173 (cento e setenta três) segredos estão repletos de termos muito antigos. Exemplos: Encruzilhada de Lobios, distância de 32 homens... depositamos 500 cunhos, na ponte do Poderoso, à profundeza de dois homens... [na]... residência de frei Tramudo... um haver de prata em rama... entre dois troncos de pinheiro, etc. Deste modo, as dezenas de segredos que deveriam revelar ou fornecer chaves de localização de tesouros, parecem nada significar; de nada servir aos caçadores das arcas e das botijas perdidas. Todavia, se um crédulo ou teimoso arriscar apostar em algumas das 173 dicas vai precisar estudar exaustivamente para decifrar/traduzir os nomes de localidades, que mudaram muitas vezes, identificar personagens históricos, descobrir e converter para termos atuais valores das distâncias e das supostas riquezas. CAPÍTULO VIII – ORÁCULO DOS SEGREDOS REVELADOS PELA FEITICEIRA DE ÉVORA São 108 estes segredos que o autor (Santander) classifica como maravilhosos. Porém o capítulo, na realidade apenas reúne mais receitas, cujo teor oscila entre a superstição e o curandeirismo mais popular. Pretender fornece fórmulas para uma miríade de problemas da condição humana: desde a prática de proezas sobrenaturais, remédios caseiros para questões domésticas mais ou menos ordinárias ou, ainda artifícios para alcançar desejos pouco louváveis e, certamente, nada cristãos. Em termos gerais trata da saúde e higiene básicas, das virtudes de certas substâncias e de outras coisas, dos truques mágicos para obter vantagens, das operações consideradas sobrenaturais, como a levitação. São outros exemplos desses segredos textos que tratam de assuntos como: Em saúde e higiene – Cura de dores de cabeça, evitar pulgas, carrapatos, percevejos, piolhos, formigas, moscas; são remédios par lombrigas, tosse, catarro. diarréia, desinteira; para evitar a sarna, para conhecer enfermidades pelo exame da urina, para manter a castidade, para cobrir os cabelos brancos. Para manter a castidade... Sobre virtudes de substâncias e de certas coisas – Do vinagre, da urina, do ovo, da Genebra, da Artemísia, do Jacinto, do sono, de peles descartadas na muda das cobras. Para conhecer as enfermidades pelo exame da urina. Sobre as virtudes do sono. Prodígios – Tirar o sal da água do mar. Separar água e vinho. Para que um cavalo pareça manco não sendo. Para não sentir tédio nem cansaço em uma jornada. Para o fogo não queimar. Descobrir infidelidades. Fabricar uma lâmpada invisível. CAPÍTULO IX – FRENOLOGIA, ANTROPOMETRIA & FISIOGNOMIA Phrenologie, 1894. Friedrich Eduard Bilz (1842-1922) VEJA AQUI, ampliação de similar, em inglês, com imagens ao invés de legendas no cérebro. Trata-se de conhecer os indivíduos pelo estudo ou leitura do Crânio [fenologia], das Proporções e aspectos das partes do Corpo [antropometria] e dos traços do rosto [fisiognomia]. Capítulo bastante curioso que, muito provavelmente, mistura sabedoria popular com idéias científicas que tornaram-se populares. Além disso, esse tipo de conhecimento é matéria essencial para qualquer magista e/ou ocultista, uma tema especial entre todos os tópicos dos estudos das Ciências Humanas [no ocultismo]. Embora estas ciências tenham origens muito antigas, o texto de Santander em O Livro da Bruxa é fundamentado nos estudos do médico alemão Franz Joseph Gall (1758-1828, que mapeou crânio e cérebro segundo suas supostas funções): Gall, o notável médico e fisionomista... é o autor deste engenhoso sistema, que ensina a descobrir, por claríssimo modo, as inclinações, vícios, paixões e virtudes de todas as pessoas pelo simples exame e configuração do crânio. ...Não se pode por em dúvida a lógica desse sistema. ... Os homens mais notáveis, tanto por seus talentos como por seus crimes, raras vezes apresentam cabeças regulares [SANTANDER]. Santander fornece a lista das faculdades cerebrais, que são trinta associadas a trinta regiões crânio-cérebro, mas não apresenta o mapa concebido por F. J. Gall. A seguir passa a tratar da fisiognomia, estudo dos traços e formas do rosto fornecendo algumas dicas sobre a leitura dessas características: formato, tamanho dos olhos, nariz, testa, boca, dentes, queixo, orelhas, mãos, pés. Também fala dos tipos físicos como um todo, considerando altura, compleição, postura. Porém, o estudo apresentado por Santander muito superficial se comparado a outros publicados por ocultistas mais eruditos, como Papus [Gerard Anaclet Vincent Encausse, 1865-1916]. CAPÍTULO X – CARTOMANCIA Neste penúltimo capítulo, mais uma vez, misterioso manuscrito revelaria a técnica da suposta Bruxa de Évora no ofício oracular de ler o destino das pessoas nas cartas de um baralho comum. Na misérrima choça que abrigava a bruxa, sua última morada antes da condenação e num falso compartimento que lhe servia de dormitório, foi achado um manuscrito esta nova arte de deitar as cartas, a que demos o nome de cartomancia cruzada e, ao que parece, [desta técnica] a feiticeira começou a fazer uso depois de ter-se indisposto com Satanás [supostamente, a Bruxa converteu-se ao Cristianismo por influência do também ex-feiticeiro Cipriano – [p 139]. Observação: Na cartomancia, as cartas podem deitadas [tiradas e postas na superfície de um plano] em disposição linear, uma ao lado da outra, é muito comum. A forma cruzada dispõe as cartas de modo a formarem a figura de uma cruz, com uma tiragem de cinco cartas, por exemplo. Isso isentaria a prática de tirar a sorte do estigma do pecado que consiste, justamente, em fazer uso de oráculos. Meditemos... CAPÍTULO XI – SOBRE ASSOMBRAÇÕES Finalizando o Livro, Santander apresenta uma pequena coleção de casos de assombrações, sem faltar a célebre casa assombrada de Atenas e referências a personagens do folclore histórico, especialmente da península Ibérica, como: o Frade da Mão Furada e a Velha nos telhados das casas. Crenças que chegaram ao Brasil colônia como atestam pesquisas de estudiosos do assunto.sofadasala.com

Cozinha da Bruxa

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Bruxas - De Onde Surgiu o Mito

Em 1484, o Papa Inocêncio VIII promulgou a bula Summis desiderantes affectibus, confirmando a existência da bruxaria. Em 1486 a publicação do Malleus maleficarum ("Martelo das Bruxas"), que originou a caça às bruxas, mais do que obras anteriores, associava a heresia e a magia à feitiçaria. "O vocábulo "Bruxa" é de orígem desconhecida provavelmente de orígem pré-Romana. No entanto existe uma provável relação com os vocábulos proto-celtas: *brixtā (feitiço), *brixto- (fórmula mágica), *brixtu- (magia); ou o Gaulês: brixtom, brixtia do qual deriva o nome da deusa Gaulesa Bricta ou Brixta". Até o século XIII a Igreja não punia esse tipo de superstição. Mas, nos século XIV e XV o conceito de práticas mágicas, heresias e bruxarias se confundiam no imaginário popular graças à ignorância. Eram, em geral, mulheres as principais acusadas. O episódio que ocorreu em Salem não foi o único. A história nos mostra que a histeria causada pelo medo e a ignorância da sociedade vem mandando mulheres para a forca ou a fogueira ao longo dos séculos, mas também vem criando mitos poderosos. As Bruxas nasceram do medo e da ignorância de seus perseguidores. Reais ou imaginárias essas mulheres foram perseguidas e temidas e suas histórias perduram em contos, filmes, livros e poesias. Prova de que nem as fogueiras da inquisão foram capazes de extinguir o sua força. De Baba Yaga as Bruxas dos contos de nossa infância, todas têm uma história perdida que precisa ser revelada. Fonte: Circulo Sagrado

AS BRUXAS

Florianópolis também é conhecida como “a ilha da magia”, e não é a toa. O mito da bruxa é tão antigo como a atual Santa Catarina. De uma forma geral, acredita-se que as bruxas vieram para Florianópolis, na época da colonização açoriana, de navio, quando estas, junto de escravos negros e pessoas doentes, eram banidas da Europa. Também acreditava-se que a sétima filha mulher de um casal, seria bruxa, a menos que fosse batizada pela irmã mais velha. Os antigos contam que a bruxa era má. Suas vítimas eram sempre crianças, animas pequenos, lavouras em crescimento. É o que dizem os moradores mais antigos na ilha. Outros contam que, para descobrir uma bruxa é muito simples: tira-se todos os móveis da sala da casa, e aí, bem no meio, a dona da casa deve repetir três vezes, bem alto o nome da mulher que ela acha que é bruxa e que é vizinha ou está por perto. Daí a pouco, se esta mulher é mesmo bruxa, vai aparecer e perguntar, fingindo inocência: "A senhora me chamou, vizinha?". E o melhor mesmo, segundo os moradores da ilha, é rezar o Pai-Nosso e a Ave-Maria toda sexta-feira às 18:00h, e andar sempre com alho no bolso, para proteção, pois a bruxa de hoje não tem qualquer aparência especial. É uma mulher comum, que pode ser até uma moça bonita, não voa em vassoura e não tem chapéu pontudo. Segundo Franklin Cascaes (grande pesquisador das lendas de Santa Catarina) estas bruxas atuais são mais perigosas...vivonumailha.com/

Bruxaria Tradicional

Introdução Por Bruxaria Tradicional, entende-se que é de fato uma tradição espiritual/mágica marginalizada pelo senso-comum, transmitida por gerações, com seu núcleo intocado. Os chamados "Bruxos Tradicionais" são os portadores destas tradições, e o são, por estarem de acordo e em harmonia com os conceitos que formam a tradição. Embora haja muita confusão, a bruxaria tradicional não é exclusivamente familar, embora seja de conhecimento comum que a maioria das tradições que existem nos dias de hoje sobreviveram apenas em determinados núcleos familiares, dessa forma, existem Tradições Familiares. Quando um Bruxo Tradicional cria seu próprio método, baseado em sua vivência, conceitos e experiências individuais, este Bruxo não está criando uma tradição. O conceito de tradicionalismo está mais ligado à sobrevivência dessas idéias, e de sua perpetuação para gerações vindoras. Sobre o Termo A Arte ou Bruxaria tradicional é o termo usado para designar os indivíduos e grupos que participam do Mistério da Antiga Fé. O Mistério da Antiga Fé flui sob nossos pés, e é a sabedoria ancestral que descansa na terra propriamente. Estes grupos e indivíduos são geograficamente localizados especialmente na Europa Setentrional, e em particular nas Ilhas britânicas, mas obviamente o termo, por extensão, tem alcance muito maior. As práticas referidas aos Mistérios da Antiga Fé se referem às práticas pagãs, mágicas, feiticeiras e de ensinamentos místicos que foram passados em sucessão desde pelo menos a última metade do Século XIX. As práticas referidas como Bruxaria Tradicional são variadas e de formatos diversos, de formas simples de folk magick (magia popular) e conjurações à rituais cerimoniais mais elaborados, onde os mistérios são expostos. Assim como Andrew Chumbley escreveu em seu ensaio What is the Traditional Craft?: “É a típica e genuína Sabedoria-Popular (Cunning-Folk) de se utilizar qualquer coisa que se esteja à mão e transformar todas as suas influências, independente da proveniência religiosa, aos propósitos secretos da Arte”. Isto guiou a Fé Antiga a dadas máscaras, orientações e uma grande variedade de formas que expõem este antigo conhecimento (lore) em ricas manifestações pessoais, centradas em torno da presidência do Mestre ou Mestra de um dado círculo de iniciados. Portanto, é impossível se dizer se este ou aquele círculo é uma recensão da Arte Tradicional baseado na uniformidade de rituais: o que conecta as várias correntes conjuntamente é a linhagem comum, a aceitação mútua e a diversidade provocada pelo "witchblood" (sangue bruxo). Tipicamente aqueles que seguem esta fé são ocupados com o legado feiticeiro da sabedoria, mas se esta sabedoria é concedida pelo sangue de Caim ou Seth, por Anjos, Daimons ou Demônios, elas são uma inteira ordem distinta de possibilidades. Pode se dizer que em muitas correntes da Bruxaria Tradicional a idéia de ' Elphame é central de uma maneira ou de outra - daqueles que cruzaram os limites entre os homens e “o outro”, como freqüentemente representado pelas fadas e seres de outros mundos - buscando conceder seu conhecimento para a humanidade, como também é se reflete nos decentes dos Guardiões. Mas isto, novamente, se torna em muitos casos, muito complicado para muitas das formas da Arte Tradicional, que preferem trabalhar guiados por seus familiares e guias espirituais em trabalhos de ‘worthcunning’ (magia das ervas) e simples feitiços desenhados diretamente no Livro da Natureza propriamente. Em resumo, pode-se dizer que a Arte Tradicional é a Arte da Bruxaria codificada dentro do tecido da terra e os mistérios legados através do tempo e localidade para os guardiões dignos da Antiga Fé, assim como Chumbley declara no ensaio acima mencionado: “O Homem da Arte se move à margem da sociedade; ele caminha dentro do mundo da Humanidade, mas verdadeiramente 'fora dele'”. Dentro dos círculos da Arte tradicional busca-se ativar a sabedoria ancestral que descansa codificada dentro da terra e do praticante propriamente, portanto, cada praticante e cada forma de se lidar com a sabedoria ancestral é ímpar, mesmo que se compartilhe da mesma herança ancestral, usualmente chamada de witchblood (sangue bruxo). Isto pode ser refletido nos caminhos de Caim, o progenitor do sangue bruxo e a disposição feiticeira natural de seu parentesco sanguíneo e espiritual para buscar a sabedoria utilizando-se de métodos e modos específicos de obtenção desta, e esta é a razão pela qual é mais freqüente o uso do termo Cunning Folk (Povo Sábio) quando se refere aos praticantes da Antiga Fé e da Arte dos Sábios. A mentalidade do povo sábio sempre foi aberta e amigável para a interação com outros praticantes de diferentes convicções, e incorporou estas crenças de uma variedade de fontes, orais, ritualísticas e textuais – tudo de acordo com o chamado espiritual. Um pouco mais adiante, pode-se assumir que a mesma variedade de práticas e orientações como vistas nos círculos de Bruxaria Tradicional é também vista dentre os Bruxos Hereditários, desde que a orientação é de natureza similar e pode-se dizer que talvez todos os círculos da Arte sábia tradicional realmente surgiram das bruxas solitárias que carregavam a chama no sangue de suas famílias. Durante os séculos, quando as formas mais operativas e cerimoniais de se trabalhar os mistérios se tornaram disponíveis, não era incomum ver estas transmissões incorporadas no trabalho dos sábios mediados por uma mão espiritual para guiá-lo. Chumbley declara: “Da perspectiva de um praticante, a adoção deste termo é um meio autoconsciente de se declarar a identidade como um dos ‘Cunning Folk’ (Povo Sábio), como um ‘Sábio’, um portador do sangue-sábio e assim como um iniciado da verdadeira tradição bruxa”. Esta orientação é bastante diferente da que se vê na revivificação moderna da Bruxaria, conhecida como Wicca, freqüentemente acreditada como sendo a moderna recensão da Antiga Fé. O evidente enfoque da Wicca nas polaridades, o Ele e o Ela, o Sol e a Lua e o acoplamento das polaridades, posiciona a Wicca dentro dos parâmetros de método e segurança. Busca-se a sabedoria sobre o que pode ser visto, e assim os caminhos de auto-realização são executados por meios não-feiticeiros e mais seguros de realização natural. É freqüentemente considerada como uma religião e não uma Arte que corre através da linha consangüínea de Caim através de todos os cantos do mundo. Hoje em dia a Wicca e a Bruxaria Tradicional se encontraram em união e os limites entre as práticas tendem a ser enevoadas em algumas instâncias. Um exemplo disso é o Clã de Tubal Cain, que depois da morte de Robert Cochrane importou elementos da Wicca. É interessante notar que Cochrane propriamente detestava a Wicca, e tentou em várias ocasiões enfraquecer a popularidade crescente de Gerald B. Gardner, o pai da Wicca. Por conta desta propensão sincrética presente em muitas vertentes da Arte tradicional, é de certo modo natural que esta tendência em direção à simbiose também estenda para a revivificação moderna da Bruxaria conhecida como Wicca. Nos dias atuais Desde que a Arte Tradicional fluiu como uma fonte poderosa para um nível mais público e acessível, especialmente através das obras de Andrew Chumbley, houve a conseqüência natural para que surgissem os "Charlatões da Fé". Estes são freqüentemente vistos em meio das pessoas hipnotizadas por palavra sábias e a imagem feiticeira, mas o fracasso na compreensão leva à confusão entre a palavra do espírito e da pura fantasia - e cegos por esta falsa luz que recai na matéria, eles entram em caminhos estranhos que replicam a Arte guiados pela fantasia. Conseqüentemente vemos muitas pessoas que se referem a eles mesmos como bruxos tradicionais sem realmente possuir nenhuma compreensão do que isto quer dizer, e não demonstrando qualquer indício de aspirações verdadeiras dos Mistérios da Fé Antiga. Mas mesmo que isto seja dito, o verdadeiramente sábio não julgará, mas testemunhará as formas profanas e preservará seu próprio círculo contra isso. Afinal, é estreito o caminho de compreensão e poucos são aqueles que entrarão dentro do castelo e jantarão à mesa da glória, entre os sábios. Embora diga-se muito nos dias de hoje que Wicca é uma tradição de bruxaria, vale lembrar que a mesma foi criada por Gerald Gardner aproximadamente na década de 40, e levada a público na década de 50, portanto conta com pouco mais de meio século de existência.ocultura.org.br

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A bruxaria

A bruxaria desde os primórdios, considerada uma religião da natureza é uma crença que antecede o cristianismo, e não se opõe em momento algum aos ensinamentos de Jesus. No entanto tornou-se uma visão lúgubre e ameaçadora no conceito da Igreja Romana na Idade Média, predominando na Europa durante séculos, trazendo para a vida do ser humano grandes conseqüências, como a morte de centenas de milhares de pessoas, o que se transformou numa verdadeira histeria religiosa. A bruxaria com suas práticas pagãs, folclore e a crença nos poderes da magia é muito arraigada entre os europeus, a mulher representava a base fundamental da fertilidade, o corpo feminino era reverenciado como foco de força divina; doadora da vida. Por isso o Culto a Deusa-Mãe, aos mistérios da procriação e o respeito ao feminino. No início da Idade Média, quase todas as mulheres podiam ser chamadas de bruxas, já que qualquer mulher sabia mais sobre superstições e encantamentos do que uma centena de homens. Até o século 15, os "Feitiços e Encantamentos" das mulheres foram, virtualmente, o único depositário de prática médica. As mulheres da idade média conheciam o poder das ervas, dos ciclos lunares, dos ventos, das chuvas, estrelas e planetas. Estavam profundamente ligadas por um amor e agradecimento à Terra e todas as manifestações de força e poder que vinha desta. Os pagãos acreditam que a volta da ligação com a natureza é o único caminho para uma vida harmônica e equilibrada, por isso todos os Ritos sagrados da Bruxaria estão centrados na Estação do Ano e fases lunares. Paracelso disse que as bruxas o tinham ensinado tudo o que sabia sobre cura. Em 1570 o carcereiro do Castelo de Canterbury libertou uma feiticeira condenada, justificando, com a opinião popular, que ela sozinha era melhor para tratar os doentes do que todos os padres e exorcistas. Feiticeiras ou Fadas? De acordo com explicação de Joseph Campbell: "Não resta dúvida de que nas épocas mais remotas da História do Homem a força mágica e misteriosa da Fêmea era tão maravilhosa quanto o próprio Universo; e isto atribui à mulher um poder prodigioso, poder este que tem sido uma das principais preocupações da parte masculina da população — como quebrá-lo, controlá-lo e usá-lo para seus próprios fins." As conseqüências dessa ruptura primordial na relação entre homem e mulher viriam a ter um papel nas mitologias de "diversas culturas"; em termos práticos contribuiu para o surgimento de devastadoras turbulências sociais, tal como a Grande Perseguição às Bruxas na Europa Medieval. Inquisição, onde vidas foram tomadas, até mesmo sem provar a culpa da vítima. Hoje, o principal fundamento da vida é a razão. Mas felizmente a humanidade pôde evoluir, ter liberdade, as Antigas Religiões estão ressurgindo lentamente, mas constantes. Surge o neo-paganismo, uma religião moderna chamada Wicca criada aproximadamente em 1940 pelo grande ocultista Gerald Brousseau Gardner, fundamentada na Alta Magia Cerimonial, na Thelema e no raciocínio segundo a obra 777 de Alesteir Crowley. Ela tomou o nome de uma divindade céltica chamada Cernunnos, representado por um homem com cabeça humana e chifres e pernas de cabra ou cervo, um ser meio homem meio animal, simbolizava o Deus primordial de toda criação, Absoluto. Após isto, Doris Valiente juntamente com Gardner reescreve o Book of Shadows de uma maneira mais paganizada e em seguida introduz o conceito da Deusa-Mãe, criando algo novo na Wicca. Com isso, Cernunnos não era mais absoluto, nem primordial, mas a contraparte da Deusa, que também foi tomado o nome de outra deidade céltica. Queremos esclarecer para as pessoas que desconhecem, que a Wicca não é Céltica, até mesmo a Wicca dita céltica, não é Antiga Religião Celta, nem representante da cultura e povo Celta. Apesar de conter alguns elementos celtas, a Wicca tem sua origem na Thelema e os ritos fundamentados na Alta Magia Cerimonial. O povo Celta, ao chegar na Europa, trouxe suas crenças, que ao se misturarem às crenças da população local, deram início a outras práticas.bruxinhamarimarian.